A sífilis é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns globalmente, com cerca de 6 milhões de novos casos a cada ano. Se uma mulher grávida infectada não receber tratamento precoce adequado, pode transmitir a infecção para o feto, resultando em baixo peso ao nascer, nascimento prematuro, aborto, natimorto e manifestações clínicas precoces e tardias, ou seja, a considerada sífilis congênita.
Pacientes diagnosticadas com doença, durante pré-natal ou parto, é encaminhada para tratamento no Centro de Referência de Doenças Infecciosas de Montes Claros – CERDI, que funciona na Policlínica do Alto São João.
A pediatra do CERDI, Janer Silveira Soares explica como a sífilis congênita é transmitida para o bebê. “A sífilis congênita é transmitida para o feto ao longo da gestação. Ocasionalmente, no momento do parto e, raramente, após o nascimento. O problema dessa doença é a difícil detecção, porque a mãe pode ser assintomática”. Ela completa ao frisar a importância dos exames de triagem, pois são eles que podem detectar a infecção. “Na sífilis, a maior parte dos pacientes são assintomáticos, por isso, a realização dos exames de triagem são extremamente importantes para o diagnóstico”, cita a pediatra.
Durante gestação, os exames devem começar desde a primeira consulta do pré-natal. Se no ato do exame o teste der positivo, o Ministério da Saúde recomenda o tratamento da gestante e de seu parceiro. Em caso de negativo, deve-se repetir o exame no 3º trimestre de gravidez e no momento do parto. Essas medidas são importantes para evitar a possível transmissão da doença para o feto.
Janer Silveira explica ainda que, para a criança ser diagnosticada com sífilis, é necessário que ela passe por avaliação específica. “Para que seja identificada a doença na criança, é necessário colher algumas informações como, por exemplo, o histórico gestacional, além de exame físico, exames sorológicos e estudo do líquido cefalorraquidiano, raios X de ossos longos e exames hematológicos”, pontua a pediatra.
Dados da doença
O Ministério da Saúde publicou em novembro de 2018, dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis e os resultados apontam um aumento nos casos da doença no Brasil em todos os cenários da infecção. Nessa mesma pesquisa, comparou-se com as taxas de 2016 para a sífilis em gestantes e constatou-se um aumento de 28,5% e 16,4% na sífilis congênita.
De acordo com Janer, para evitar a transmissão é preciso que todos façam o teste rápido. “Como estamos em uma epidemia de sífilis, é importante que todos que fizeram sexo desprotegido ou que desconheça seu status sorológico, façam o teste rápido”, aconselhou.
No CERDI Montes Claros (Centro de Referência em Doença Infectocontagiosas), funciona o CTA (Centro de Testagem e Acompanhamento) com uma equipe multiprofissional com testagem gratuita de Sífilis, HIV, Hepatites B e C, de segunda à sexta das 7h30 às 17h30. Basta comparecer com um documento com foto ao endereço Av. Floriano Neiva S/N, na Policlínica do Alto São João. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (38) 2211-4414.