O Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, porta de entrada para pacientes com Covid-19 no Norte de Minas, tem usado um acessório bem inusitado para melhorar o quadro clínico de pacientes que estão em tratamento da doença. Chamado de Helmet, o capacete é utilizado para realizar uma ventilação não invasiva, prática que vem sendo fundamental na recuperação de várias vítimas do novo coronavírus na unidade de saúde.
De acordo com a fisioterapeuta Dayane Hoed, que atua no HC, o acessório proporciona conforto ao paciente. “A ventilação, que geralmente é feita com o uso de máscara, causa um desconforto pela pressão dessa ventilação. Já o Helmet proporciona um conforto a mais para esse paciente suportar essa ventilação”, diz.
“O Helmet é usado em paciente que chega ao pronto-atendimento ou na clínica com uma taquipneia (respiração acelerada), frequência respiratória alta e desconforto respiratório. Através de um exame, a gasometria arterial, vamos saber se esse paciente necessita de um suporte ventilatório invasivo ou não invasivo”, explica Dayane.
Se houver a necessidade de um suporte não invasivo, o “capacete” é
utilizado para conseguir deixar o paciente mais tempo na ventilação e, com
isso, melhorar os exames laboratoriais que vão dizer se há evolução no quadro
com a ventilação não invasiva, conta a fisioterapeuta.
ESTREIA
Christian Douglas Takaki foi o primeiro paciente a adquirir o capacete Helmet
para uso próprio durante o tratamento da Covid-19 no HC. Ele não suportava
realizar a ventilação não invasiva com a máscara, mas obteve sucesso com o
acessório.
Christian não precisou ser intubado e apresentou melhora clínica no tratamento.
A partir dessa experiência, o hospital adquiriu dez capacetes
Helmet que estão sendo usados na melhora do quadro clínico dos pacientes.
“Através de estudos comprovados e também da melhora do quadro clínico do
Christian e de pessoas de outras duas famílias que adquiriram o capacete,
fizemos o pedido, que prontamente foi atendido pela direção. Atualmente, o
capacete é usado em todos os pacientes com um processo de higienização a cada
uso”, explica Dayane, responsável pela utilização desses acessórios.
TECNOLOGIA
Ainda de acordo com a fisioterapeuta, o HC tem feito a associação do capacete
Helmet com o cateter nasal de alto fluxo, que tem apresentado um excelente
resultado, tanto na melhora de recrutamento alveolar, como para troca gasosa e
para aquele paciente que precisa de aporte de oxigênio.
“Estou apaixonada pelos resultados do uso do Helmet. Estudei todo o processo de utilização e entendemos que não são todos os pacientes que têm indicação. Há todo o procedimento e técnica para utilização do acessório. O hospital tem nos dado todo o suporte necessário e conta hoje com os aparelhos mais modernos para o tratamento da Covid-19”.
Débora Takaki, esposa de Christian, diz que o equipamento ajudou muito a recuperação do marido. “O caso do Douglas era grave. Ele tinha quase 90% do pulmão comprometido e precisaria da VNI e ser transferido para UTI, porque a evolução do quadro não estava sendo como deveria. Tivemos então o conhecimento do capacete Helmet e conseguimos a disponibilização de uma unidade. O Douglas chegou a fazer uma ventilação com a máscara, mas sentiu muito desconforto e fadiga. Já com o Helmet, ele sentiu total conforto e graças ao capacete a melhora dele foi considerável. Após algumas sessões, teve melhora considerável e não precisou ser intubado”, conta.
Areuza Santos, de 55 anos, também se recuperou com a ajuda do capacete. “Foram 13 dias de internação. Meu estado foi bem grave com a Covid-19 e, quando cheguei no HC, tive um susto muito grande quando fui informada que iria usar o capacete. Após a explicação dos profissionais, fiquei bem tranquila. Usei o Helmet por sete horas e já respirava muito melhor. Agora estou em observação aguardando a alta do hospital”, celebra.
Fonte: Jornal O Norte